ORGANIZAÇÕES DE TODO O MUNDO APELAM AOS LÍDERES MUNDIAIS PARA ALCANÇAREM UM ACORDO NA OMC PARA AJUDAR A SALVAR O NOSSO OCEANO
Atualizado em 16 de maio de 2022
No ano passado, governos de todo o mundo falharam em cumprir o seu compromisso de limitar os fundos públicos que sustentam a sobrepesca e degradam o nosso oceano até 2020. Após quase duas décadas de negociações na Organização Mundial do Comércio (OMC), não há tempo a perder. organizações de todo o mundo apelam mais uma vez aos líderes mundiais que cumpram o seu mandato para alcançarem um acordo significativo que ponha fim a esses subsídios prejudiciais o mais rapidamente possível.
Apesar do facto de um terço dos stocks de peixes já estarem a ser exploradas para além dos níveis sustentáveis1, os governos continuam a disponibilizar aproximadamente 22 mil milhões de dólares todos os anos em subsídios prejudiciais que aumentam a capacidade de pesca.2 Embora estes subsídios possam ter por objetivo ajudar as comunidades costeiras, podem pelo contrário encorajar a pesca para além de níveis lucrativos e sustentáveis, tanto em águas costeiras como em alto mar, degradando os recursos dos quais essas comunidades dependem e pondo em causa o futuro da indústria que pretendem apoiar.
Em 2015, os líderes mundiais reconheceram os danos que os subsídios prejudiciais causam aos stocks de peixe e ao ambiente marinho, quando adotaram os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas, um plano para conseguir um futuro melhor e mais sustentável para todos. A meta 14.6 dos ODS requer que os governos que cheguem a um novo acordo na OMC, de modo a eliminar os subsídios prejudiciais até 2020. Desde 1 de janeiro de 2021 que este prazo está ultrapassado.
O acordo internacional final deve desencadear reduções imediatas e significativas por parte dos maiores subsidiadores. Além disso, deve estabelecer um quadro vinculativo que determine a remoção faseada de todos os subsídios prejudiciais que contribuem para a sobrecapacidade das frotas e para a sobrepesca, e elimine os subsídios à pesca ilegal, não declarada e não regulamentada por parte de todos os governos membros da OMC. Países em todos os níveis de desenvolvimento devem estar preparados para melhorar a saúde das suas pescarias e apoiar os meios de subsistência dos seus pescadores, reformando os seus programas de subsídios às pescas depois de um acordo ser alcançado.
Um acordo que fique aquém disso significaria perder a oportunidade desta geração para redesenhar o rumo das frotas de pesca globais no sentido da sustentabilidade, melhorar a saúde dos ecossistemas oceânicos e ajudar a garantir que o oceano continuará a sustentar os muitos milhões que dependem dele, agora e no futuro.
Um acordo é possível. Apelamos aos líderes mundiais para que trabalhem rapidamente para encontrarem zonas de convergência, de modo a cumprirem com sucesso o mandato dos ODS o mais rapidamente possível. Um acordo demonstraria não só que os membros da OMC são capazes de cooperar para produzirem um resultado de importância global, mas também que os ODS representam um verdadeiro caminho para um futuro melhor.
Não há tempo a perder.